segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Conhecendo a família do namorado - Parte 2

Publiquei a Parte 1: Aqui

Como o post passado ficou muito longo, achei melhor dividi-lo em duas partes. Nele eu comentei mais sobre algumas diferenças culturais referentes a conhecer a família do/a namorado/a coreano/a, agora falarei mais do meu caso específico.


Então vamos lá. 



Quando eu conheci o meu namorado, como eu disse no post anterior, foi pela internet. Até eu conhecê-lo pessoalmente levou alguns meses. Por parte da minha família, todos já sabiam do nosso namoro, estava inclusive no Facebook. Mas coreanos nem usam muito o Facebook, a família dele não fazia ideia, apenas a irmã mais velha (ele tem duas irmãs mais velhas).

Em agosto desse ano eu a conheci. Eu estava morrendo de medo de conhecê-la, mas do que os pais dele, porque geralmente ela é super-protetora dele. Além disso, ela não fala inglês e eu ainda não havia começado minhas aulas de coreano (se bem que nem agora eu consigo manter um diálogo com ela).

Eu estava passando férias na Coreia e já estava chateada com essa história de não conhecer a família dele, afinal, no Brasil se você não é apresentado a família do seu parceiro é porque tem algo de errado. Então ele marcou um almoço com a irmã mais velha, que já sabia sobre mim. Geralmente quando você vai apresentar alguém na Coreia é comum marcar encontros em restaurantes e não em casa. Nós fomos a um restaurante de Shabu Shabu, já que eu não consigo comer comida picante e isso resume muito opções de comida para mim.

Eu levei um par de brincos para dar de presente e mais umas coisinhas fofas do Kakao Friends. Ela me deu a coleção de chocolates da Paris Baguette do BT21 (ela sabe que sou fã do BTS) e me pediu para não dar presentes, porque ela gosta de dar presentes, mas não de receber (ela é assim com todos). Mesmo sem conseguirmos nos comunicar diretamente, ela foi muito simpática e ainda é. E não levo mais presentes para ela, só para os cachorros dela.

Quando eu vim em novembro do ano passado, Hoyun esperou um pouco e avisou aos pais dele que levaria a namorada para conhecê-los. Assim mesmo, não foi primeiro pra dizer que estava namorado, mas que levaria a namorada e pediu para eles marcarem um dia. O que foi prontamente atendido. Em uma semana nos conheceríamos. Depois ele me disse que foi rápido, porque os pais dele não aceitaram conhecer o namorado da irmã do meio, ela teve que pedir várias vezes (hoje ela é casada com esse namorado).

Antes de visitá-los, perguntei às estrangeiras que namoram coreano que conheço que dicais poderiam me dar. Infelizmente a principal eu não pude fazer, porque é justamente saber falar coreano. Também falaram para arrumar um presente legal, tipo frutas (aqui frutas são muito caras), e não ter medo, não tentar agradar demais, essas coisas básicas.


Levamos algumas frutas e viajamos para Gochang, a cidade natal dele e onde os pais dele ainda moram. A irmã mais velha também mora lá. Primeiro passamos na casa dos pais dele, mas só o pai dele estava lá, acenamos rapidamente e o meu sogro parecia super contente em me ver, fiquei até chocada. Depois fomos ao restaurante separados. Eu e Hoyun fomos primeiro e depois o meu sogro chegou com a minha sogra e a irmã mais velha.

O jantar foi bem tranquilo, eles pareceram muito interessados em me conhecer, não reclamaram nem um pouco e só esperam que eu consiga aprender coreano rápido, já que eles não sabem nada de inglês. Desde então eu já fui à Gochang algumas vezes, inclusive ficando para dormir na casa dos meus sogros, o que até então eu achava que seria problemático, já que é uma família do interior e eles são protestantes (então tecnicamente conservadores). 

Geralmente quando nos encontramos, jogamos Go-Stop apostando poucos wons, e ainda não consigo pegar todas as regras porque é tudo tão rápido, acho que essa é a única parte que realmente pareceu com o mundo dos dramas coreanos. 

Quando fica muito frio, eles ligam para perguntar se eu estou bem, inclusive mandaram presentes (botas-casaco-luvas) para eu aguentar o frio melhor. Enfim, eles me acolheram bem da melhor forma possível e tentam ser o mais calorosos possíveis.



Então aquela imagem de família coreana tradicional que expulsa namoradas das casas dos filhos é bem distante da realidade que eu conheci até agora. Claro que isso depende de cada família, então a minha experiência é diferente da experiência de outras estrangeiras que namoram coreanos.

Também conheci a irmã do meio, o marido dela e os três filhos, mas o post já está muito grande.
Fica para outro momento a história de como virei 이모 (tia).

As fotos foram tiradas do meu arquivo pessoal.

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