terça-feira, 22 de setembro de 2020

A mudança de visto

 Contarei um pouco como foi minha mudança de visto dentro da Coreia.


Começando com uma foto nossa só para ilustrar o post, já que o último ficou sem graça sem imagem.
Como a mudança de visto já faz mais de um ano, não lembro exatamente em qual mês entrei com o pedido de mudança, creio que foi entre junho e julho de 2019.

Cheguei na Coreia com o visto D-4 (estudante de curso intensivo de coreano) e alguns meses após o meu casamento, troquei para o visto F-6 (cônjuge de nacional coreano). Os vistos da linha F são os melhores para se viver na Coreia, são os vistos de residente, especialmente os F4, F5, F6 (acho que o o F10 também), são muito bons porque eles permitem que o estrangeiro viva no país mais à vontade, sem restrição a trabalho, por exemplo, e com acesso a algumas facilidades.
O visto F-6 ainda tem duas divisões, F-6-1 e F-6-2, sendo esta última uma possibilidade para estrangeira/o mãe ou pai de coreano, que por algum motivo não pode pegar o visto de cônjuge, mas quer criar o filho na Coreia.

É preciso tomar cuidado também porque nem todo visto pode ser trocado dentro da Coreia. Agora com a pandemia não sei se estão com protocolo diferente, mas em via de regra, não aceitam mudar visto de turista para visto F6, por exemplo. Visto de estudante é aceito.

A maioria da documentação fica a cargo do cônjuge coreano. Ele/a precisa provar que tem renda mínima (não lembro qual o valor agora), emprego fixo há pelo menos 1 ano, contrato de aluguel ou casa própria em nome dele/a. Não importa se na relação, o cônjuge com melhor situação financeira é o estrangeiro, para esse visto, o cônjuge coreano é o patrocinador do estrangeiro.

Também é preciso dos documentos do casamento, inclusive pelo menos o documento da embaixada reconhecendo que houve registro do casamento pelo cônjuge estrangeiro. No meu caso, eu também enviei os documentos para o casamento ser registrado no Brasil através de uma procuração, já que eu não tinha previsão de retornar ao Brasil. A agente de imigração ficou muito surpresa e gostou bastante.

Outro documento pedido é um tipo de carta/relatório onde os cônjuges contam a história do relacionamento, com fotos e/ou postagens em redes sociais. O agente de imigração quer provas de que ambas as famílias sabem do casamento, o máximo de comprovação possível de que o casamento é real.

Hoje em dia também é preciso comprovar que o casal conversa em pelo menos um idioma em comum, então é possível usar a prova do TOPIK, como foi meu caso, se quiser comprovar que há uso de coreano entre o caso, que não é o meu caso, mas o TOPIK era mais simples do que comprar que nós dois usamos inglês.
 
A maioria das pessoas reúne os documentos sozinhos, seguindo listas do site oficial de imigração e de blogs de pessoas que detalharam melhor o processo. No nosso caso, também procuramos auxílio de um advogado, só por precaução.


É difícil conseguir o visto F6?
Na verdade, não. Mas também vai depender muito do escritório de imigração e do agente de imigração responsável. É conhecido que alguns escritórios são muito mais rígidos que outros, dependendo da região, por exemplo, regiões mais ricas geralmente são muito rígidos nos quesitos de renda e moradia, regiões do interior, não.

E pode acontecer de um oficial de imigração simplesmente não gostar de você, ou achar que seus documentos não comprovam um casamento real, e pegar no pé. Já vi alguns casos em que o agente de imigração não aceitou o casamento porque não houve cerimônia, foi apenas no civil. Ou agente que não acredita que o cônjuge coreano teria condições de ser provedor da casa, por ser portador de deficiência física.

Então é importante está com os documentos em ordem e também não provocar o agente de imigração. Ele não está lá para te ajudar, ele está lá para procurar defeito no seu pedido de visto. Se você não fala coreano bem, deixe o/a seu/sua cônjuge resolver a conversa com o agente, não atrapalhe o trabalho dele.

Felizmente quando fizemos nosso pedido, a agente de imigração foi ótima. Ela adorou que os documentos estavam todos muito bem organizados, e acho que isso a deixou muito contente. Ficou tão satisfeita que mesmo um dos documentos não estando totalmente correto, ela não negou meu visto, ela simplesmente ligou para meu esposo e pediu um documento corrigido, disse que o visto já estava aceito, mas precisava da atualização. Não é toda agente de imigração que será gentil assim. Com o documento corrigido, recebi meu novo ARC com o novo visto dentro de um mês.

O primeiro visto foi de validade de um ano, em geral o primeiro visto F6 será com 1 ano de validade. Quando fiz a renovação em 2020, meu filho já havia nascido, então recebi 3 anos. Agora só preciso me preocupar com renovação de visto em 2023. Mas nem todo mundo recebe 3 anos quando renova, cada renovação depende do agente de imigração, já vi casos de pessoas tendo que renovar de ano em ano há tempos.

Enfim, é isso!

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